quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

LUTO - CINCO FASES FUNDAMENTAIS

LUTO - CINCO FASES FUNDAMENTAIS


Todos estamos numa fila invisível da morte com uma senha na mão. Um dia a nossa senha será chamada, e lá estamos nós, diante do Criador.
Quanto mais longa e íntima for a relação com a pessoa que perdemos, maior o sentimento de perda que ela gera. A mente tem suas ferramentas para lidar com essa ausência e há todo um processo, que pode ocorrer sucessiva ou simultaneamente, ou que seja igual para todos.
O tempo e a forma como cada um lida com a dor varia de pessoa para pessoa. Alguns passam muito tempo negando, outros sofrendo, outros com raiva e assim vai.
Existem cinco fases básicas do luto. Luto, aqui, está relacionado a qualquer perda significante, inclusive o término de um relacionamento amoroso. 

1. Negação
Negação é o primeiro mecanismo que a pessoa utiliza para se proteger da dor psíquica diante de uma perda. A intensidade da negação varia, quanto melhor alguém consegue lidar com sua dor, menor o grau de negação. Geralmente essa fase é curta.
A negação é a primeira fase do luto. É o momento que nos parece impossível a perda, em que não somos capazes de acreditar. A dor da perda seria tão grande, que não pode ser possível, não poderia ser real.

2. Raiva
Como não dá pra viver em negação pra sempre sem ficar louco, a raiva é a reação da pessoa ao ter que encarar a realidade. Inveja e ressentimento andam de mãos dadas com a raiva, que geralmente tem como alvo todo ambiente externo. Tudo é hostilizado, nada é bom.
A raiva surge depois da negação. Mas mesmo assim, apesar da perda já consumada negamo-nos a acreditar. Pensamento de “porque comigo?” surgem nesta fase, como também sentimentos de inveja e raiva. Nesta fase, qualquer palavra de conforto, parece-nos falsa, custando acreditar na sua veracidade.

3. Barganha
Quando a pessoa percebe que não dá para negar o que aconteceu e a fúria, a raiva também não resolveu, ocorre a tentativa de negociação para que as coisas “voltem a ser como antes”. Súplicas e promessas são os atores principais nessa fase, principalmente aqueles feitos “em segredo”, numa tentativa desesperada de preencher a lacuna.
A negociação surge quando o individuo começa a entender o peso da perda, e perante isso tenta negociar, a maioria das vezes com Deus, para que esta não seja verdade. As negociações com Deus são sempre sob forma de promessas ou sacrifícios.

4. Depressão
Quando não resta mais nada a não ser encarar a perda, vem a fase de maior sofrimento, a depressão. Geralmente essa fase vem acompanhada da necessidade de introspecção e isolamento.
As perspectivas da perda se tornam claras e a dor mais profunda.
A depressão surge quando se toma consciência que a perda é inevitável e incontornável.
Não há como escapar à perda, e começa a sentir o “espaço” vazio da pessoa que perdeu. Toma consciência que nunca mais irá ver aquela pessoa, e com o desaparecimento dela, vão com ela todos os sonhos, projetos e todas as lembranças associadas a essa pessoa ganham um novo valor.

5. Aceitação
Aqui, além de ter plena consciência de sua realidade, a pessoa se habilita a enfrentá-la, mesmo com todas as limitações existentes. Apesar de não ser uma fase propriamente “feliz”, já que é destituída de sentimentos, é o primeiro passo para voltar à vida normal.
A aceitação é a última fase do luto. Esta fase é quando a pessoa aceita a perda com paz e serenidade, sem desespero nem negação.
Nesta fase o espaço vazio deixado pela perda é preenchido. Esta fase depende muito da capacidade da pessoa mudar a perspectiva e preencher o vazio.
Devemos sempre valorizar o que temos, enquanto o temos. Pois não sabemos quando o vamos deixar de ter. Curiosamente muitas vezes só nos apercebemos da importância de determinada pessoa quando a perdemos, porque o valor dessas pessoas dilui-se no valor das coisas que a rodeiam.
Porém quando a perdemos, não a perdemos apenas a ela, mas muito do valor das coisas que a rodeavam e é aí que notamos a sua falta.
Metaforicamente falando, como se o ambiente que a envolvia “entristecesse” e “perdesse a cor”, e dificilmente voltará a ser como era.

Nenhum comentário:

Postar um comentário