29 DE DEZEMBRO
FAMÍLIA CRISTÃ = SAGRADA FAMÍLIA
“Filhos, escutai-me, sou vosso pai, e faze o
que eu vos digo para serdes salvos. Pois
o Senhor glorifica o pai nos filhos e fortalece a autoridade da mãe sobre a
prole.Aquele que respeita o pai obtém o perdão dos pecados,o que honra a sua
mãe é como que ajunta um tesouro.Aquele que respeita o pai encontrará alegria
nos filhos e no dia da sua oração será atendido. Aquele que honra o pai viverá
muito, e o que obedece ao Senhor alegrará sua mãe. Ele servirá aos seus pais
como ao seu Senhor. Em atos e palavras respeita teu pai, a fim de que venha
sobre ti sua benção. Porque a benção do pai consolida a casa dos filhos, mas a
maldição da mãe desenraíza os alicerces. Não te glories com a desonra de teu
pai, porque não é nenhuma glória para ti a desonra do pai. Pois a glória do
homem está na honra de seu pai, e é infâmia para os filhos a má reputação da
mãe. Filho, cuida de teu pai na velhice, não o desgostes em vida. Mesmo se a
sua inteligência faltar, sê indulgente com ele, não o menosprezes, tu que estás
em pleno vigor. Pois uma caridade feita ao pai não será esquecida, e no lugar
de teus pecados ela valerá como reparação. No dia de tua provação, o Senhor
lembrar-se-á de ti, como a geada ao sol, assim os teus pecados serão
dissolvidos. É como um blasfemador, aquele que despreza seu pai, e um
amaldiçoado pelo Senhor aquele que irrita a sua mãe.” (Eclesiástico, 3,
1-16).
Estas
são palavras ditas pelo Senhor Nosso Deus e escritas nas Sagradas Escrituras
pelo escritor sagrado.
Desde a
criação do mundo o Senhor não permite ao homem viver sozinho, “Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer
uma auxiliar que lhe corresponda.” (Gênesis, 2, 18), e, por isso, lhe faz
uma companheira: “Então Iahweh fez cair
um torpor sobre o homem e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas e fez crescer
carne no seu lugar. Depois da costela que tirara do homem, Iahweh Deus modelou
uma mulher e a trouxe ao homem.” (Gênesis, 2, 21-22), formando, desta
maneira, a primeira comunidade familiar de onde deveriam surgir novos filhos de
Deus.
Ao
entregar as tábuas da lei para Moisés no cume do monte Sinai, no deserto, entre
os dez mandamentos ali citados, o Senhor não se esquece de chamar a atenção de
todos os filhos para que tenham respeito, amem e honrem seus pais, ao incluir
entre os seus mais sagrados mandamentos,
este: “Honra teu pai e tua mãe, para que
se prolonguem os teus dias na terra que Iahweh teu Deus, te dá” (Êxodo, 20,
12). É preocupação do Senhor o respeito e a integridade da família.
A
família é a criadora, educadora e formadora dos novos filhos de Deus.
A
família é tão importante na vida da pessoa humana que o próprio Filho de Deus,
Jesus Cristo, quando se fez homem, escolheu uma família, quis nascer de uma
família, e essa família de Nazaré, a qual os cristãos a denominam Sagrada Família, é o modelo a ser
seguido por todas as famílias cristãs.
Os
pais são os continuadores da criação de Deus; o Senhor dá aos pais o poder de
criar novas vidas, mas os pais devem assumir a responsabilidade de orientar essas novas vidas, educá-las e
encaminhá-las para o seu verdadeiro destino, que é pertencer e serem herdeiros
do Reino que Jesus Cristo veio trazer para todos.
Em
sua carta aos Colossenses, Paulo Apóstolo, imbuído do espírito de Deus,
preocupado com o bem estar da família cristã, exorta: “Vós, mulheres, submetei-vos aos maridos como convém ao Senhor.
Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com mau humor. Filhos,
obedecei aos vossos pais em tudo, pois isso é agradável ao Senhor. Pais, não
irriteis os vossos filhos, para que eles não desanimem. ...Em tudo o que fizerdes
ponde a vossa alma, como para o Senhor e não para os homens, sabendo que o
Senhor vos recompensará como a seus herdeiros: é Cristo o Senhor a quem
servis.” (Colossenses, 3, 18-21 e 23).
A família é o primeiro contato que o homem tem
com o seu Criador.
A
família é a Igreja Particular de todos os cristãos e, bem por isso, Jesus
Cristo escolheu, para nascer, uma; quis ter uma família; por mãe, escolheu
Maria, a virgem jovenzinha de Nazaré e, para seu protetor e pai adotivo a José,
Homem Justo, e, a partir de seu
nascimento, já não eram somente dois, José e Maria; passaram a ser três: José,
Maria e Jesus, completando-se, dessa forma, o tríduo sagrado da família; a
trindade da verdadeira família está formada: pai, mãe, filho, e ou filhos... A
Sagrada Família de Nazaré está completa, e esta é a família mais sagrada que
pisou o nosso chão. É a família mais santa e que existiu para servir de modelo
a todas as outras famílias. José, o
homem justo, o marido amoroso, o pai cuidadoso, o homem trabalhador, honesto,
correto, zeloso, compreensivo, possuidor de todas as virtudes e adjetivos
positivos de um homem que toda ou qualquer
mulher gostaria de ter como marido.
As
Sagradas Escrituras, quando falam de José, o chamam de justo: “José, seu esposo, sendo justo...”
(Mateus, 1, 19), e, ser justo na linguagem das Sagradas Escrituras quer dizer
ser amante da justiça, ser temente a Deus, colocar sua vida nas mãos do Senhor
e não fazer outra coisa neste mundo senão a vontade de Deus.
Pelo
pouco que sabemos de José nas Sagradas Escrituras, já é suficiente para
traçarmos dele um perfil de um homem de caráter, com personalidade firme, que
sabia bem o que queria, que relutava com tudo aquilo que achava que não estava
certo mas que, quando o Senhor manifestava a sua vontade, José não relutava e
se entregava totalmente aos designo do Senhor.
Este
é José, o Chefe da Sagrada Família, o marido fiel, o pai amoroso, o guarda
fidelíssimo da Virgem Maria e o protetor incondicional do Filho de Maria, a
quem ele sabia ser também Filho de Deus e de quem era pai adotivo.
Maria
é a mãe da Sagrada Família.
Poderíamos
passar a vida inteira falando de Maria que mesmo assim não lhe chegaríamos aos
pés para lhe dizer tudo o que ela é e
merece, tudo o que o Senhor fez por ela e o que ela representa no Plano de
Salvação de Deus.
Maria,
como mulher e esposa, e como mãe da Sagrada Família, foi aquela que se fez
escrava: “Eis aqui a escrava do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lucas, 1, 37), e que, mais do que
ninguém, se entregou nas mãos do Senhor para que, através dela, fosse realizado
o plano de salvação de Deus para os homens, e, por isso, todas as gerações a
chamam de bem-aventurada: “Maria, então,
disse: Minha alma engrandece ao Senhor, e
meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua
serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, pois o
Todo Poderoso fez grandes coisas em meu favor.”(Lc 1,46-49).
A
gravidez de Maria, ocorrida de maneira sobrenatural e de forma incompreensível
aos olhos dos homens, (Lucas, 1, 26-38), começou por mudar totalmente a sua
vida.
Depois, o
parto, acontecido de maneira inesperada e sem o menor conforto (Lc 2,1-20). Como Maria deve ter sofrido, não tanto pelo
desconforto por estar grávida de mais de oito meses e ter de viajar sob o sol
escaldante do deserto, durante o dia e do frio cortante da noite, de Nazaré a
Belém; como Maria deve ter sofrido, não tanto pelas circunstâncias do
nascimento de seu Filho, o Rei dos Reis que, ao contrário de nascer em um
palácio rodeado dos cuidados das criadas, nasceu em um curral, rodeado de
animais; como Maria deve ter sofrido, não pela viagem de Nazaré a Belém, e
muito menos pelas circunstâncias do nascimento de seu Filho, que também é Filho
de Deus, mas, sofrido por ver o coração de pedra dos homens por rejeitarem,
desde o nascimento, o seu filho, o Filho de Deus, que vinha a este mundo
exatamente para dignificar a humanidade e elevá-la à honra de ser filha de Deus
e herdeira do Reino Celeste.
Como se não
bastasse isso, Maria e José têm de fugir às pressas de Belém para as terras
estrangeiras do Egito, porque um rei louco e sem escrúpulos não quer rival para o seu trono e procura
matar o recém-nascido (Mt 2,1-23).
Jesus
é o filho dessa Sagrada Família.
É
Deus que quer se servir de uma família legalmente constituída para atingir
todos os homens. E com o seu nascimento
no seio de uma família, Jesus Cristo santificou todas as famílias legalmente
constituídas no amor de Deus.
Jesus
Cristo poderia ter vindo a este mundo de outra maneira, pois que, ele é Deus e
pode determinar o que quer e como quer, mas ele quis abençoar a família e fazer
da família a primeira Igreja, onde se forma uma trindade santa a exemplo da
Santíssima Trindade.
José é o
exemplo de marido e pai que todos os maridos e pais deveriam seguir. Maria, o exemplo que deve ser
seguido por todas as namoradas, noivas, esposas e mães, e a quem devemos amar
de verdade, por ser ela a face feminina de Deus, pois que foi ela a portadora
da salvação, o canal que ligou Deus aos homens, a escada pela qual o Filho de
Deus desceu de seu trono celestial para a miséria da humanidade...
Jesus
santifica de verdade essa família e todas as famílias do mundo, porque Jesus é
Deus, e onde está Jesus, Deus se faz presente, e, a Sagrada Família, deve ser o
exemplo de todas as famílias cristãs.
São
comemorados também neste dia: Santo Alberto de Gambron (abade), Santos Calisto,
Félix e Bonifácio (mártires de Roma), São Segundo e São Primiano.
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