13
DE DEZEMBRO
MORTE, PASSAGEM PARA A VIDA...
Todos nós,
sempre e de um modo especial, nos lembramos dos nossos mortos.
Todos temos
dentro de nós uma lembrança, um vazio deixado por alguém a quem a gente amou e
que partiu para a outra vida. Todos,
de uma maneira ou de outra, conhecemos a
dor do luto, lamentamos o lugar que ficou vazio na mesa, no sofá da sala,
reclamamos a voz que se calou, sentimos a falta da presença que se tornou
ausência. Em muitos dos nossos lares, senão em quase todos, já passou a figura
tenebrosa e indesejável da morte, e a morte já levou muitos dos nossos entes
queridos.
Se não
conhecêssemos a Cristo e a sua mensagem, talvez não houvesse esperanças em
nossos corações e nossa vida seria uma fuga eterna da morte, uma fuga de uma
realidade que nenhum ser vivente sobre
esta terra poderá se livrar; o que nos conforta, quando pensamos sobre a morte
ou somos atingido por ela através de um ente querido são as palavras de Jesus
Cristo, quando disse: “Em verdade, em
verdade eu lhes digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte.” (Jo 8,51).
Até
Jesus Cristo e a sua Mãe Santíssima, Maria, conheceram a morte e passaram por
ela; passaram pela morte, mas venceram a morte, nos dando a esperança e a
certeza de uma vida plena depois da morte, a vida que não se acaba, a vida
eterna, a vida que o Senhor Jesus nos veio trazer em abundância, e Jesus afirma
isso no seu Evangelho quando conversava com as irmãs Marta e Maria: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em
mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim não morrerá
para sempre.” (Jo 11,15-26).
A
morte é para o cristão apenas a passagem que une o nosso tempo à eternidade; a
morte é a porta que se abre para que nós possamos entrar na vida que Jesus
Cristo preparou para todos nós, “e não
nos devemos admirar porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos
sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que fizeram o bem, sairão para a
ressurreição da vida, e os que fizeram o mal, para a ressurreição do juízo.” (conf Jo, 5,28-29).
Todos nós, quando morre alguém da nossa família, do nosso
círculo de amizade, choramos, e às vezes choramos muito.
É bom chorar, é necessário que se chore porque as lágrimas
sinceras são as provas mais evidentes do amor que tínhamos por aquela pessoa
que se foi; as lágrimas são a demonstração e a exteriorização dos nossos
sentimentos mais sinceros e mais íntimos. Todo cristão chora quando um ente querido
parte para a vida eterna.
Mas
o cristão não chora de desespero, o cristão chora, sim, mas de saudade. Nós
sentimos saudade do ente querido que se foi, mas temos confiança nos ensinamentos evangélicos de Jesus Cristo,
acreditamos na sua mensagem e temos a certeza evangélica de que os nossos entes
queridos que conviveram longo tempo conosco neste vale de lagrimas e que
ouviram a voz do Bom Pastor e fizeram parte do seu rebanho, agora, depois de
sua morte, estão na glória de Deus Pai, na casa do Pai onde, segundo uma das
promessas de Jesus Cristo, existem muitas moradas, e Jesus nos diz no seu
Evangelho: “Não se perturbe o seu
coração; creia em Deus, creia também em mim. Na casa do meu Pai há muitas
moradas; se assim não fosse eu não teria dito isso para vocês, porque eu ou
preparar um lugar para vocês. Quando eu tiver ido e tiver preparado um lugar
para vocês, de novo voltarei e tomarei vocês comigo, para onde eu estiver
estejam também vocês.” (Jo 14,1-3).
Paulo, Apóstolo, em sua carta aos
Romanos, ele escreveu para nos confortar a respeito da morte: “Pelo batismo fomos sepultados com Cristo na
morte a fim de que nós também, como o Cristo ressuscitou dos mortos pela glória
do Pai, levemos uma vida nova. Mas, se morremos com Cristo, cremos também que
vivemos com ele, sabendo que o Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a
morte não tem mais poder sobre ele.” (Rm 6,3-4.8-9).
Paulo, através dessa sua carta nos dá a certeza que a vida
eterna já começou aqui e agora em nós pelo batismo e pela fé no Senhor Jesus.
João Evangelista, com sua mensagem de
fé e amor, também nos conforta a todos e nos dá a certeza de que, um dia, após
a nossa morte, nós veremos realmente a Deus tal qual ele é. Na sua primeira carta, João nos escreve: “Filhinhos, vejam como é grande o amor que o
Pai tem por nós! Seu amor para conosco é tão grande que ele nos deu a graça de
sermos chamados “Filhos de Deus”, e o somos de fato. O mundo não nos conhece,
porque não conhece a Deus. Meus queridos amigos, já somos filhos de Deus aqui e
agora, embora, externamente ainda não apareça o que vamos ser. Mas sabemos, com
certeza, que, quando aparecer, seremos semelhantes a ele porque o veremos como
ele realmente é. Todo aquele que tem essa esperança nele se torna puro, como
também ele é puro.” (1Jo 3,1-3).
O que nos conforta sobre os pensamentos
que temos sobre os nossos mortos são as palavras de Jesus, quando diz: “Deus, não é Deus dos mortos, e sim dos
vivos, porque para ele todos vivem.” (Lc 20,38).
Tudo isso
revigora a nossa certeza de que os nossos mortos, os nossos entes queridos por
quem a gente derramou copiosas lágrimas de dor e saudade, todos eles estão na
casa do Pai.
São
comemorados, também, neste dia: Santa Otília ou Odília, São Marimoni, Santa
Luzia ou Lúcia (virgem e mártir), Santo Alberto de Cambrai-Arras (bispo), Santo
Antíoco de Suclcis (mártir), Santo Arsênio de Monte Latro (monge), São Columba
de Terryglass (abade).
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