22 DE DEZEMBRO
JESUS NOS ESPERA NA PRAIA
Jesus já
havia ressuscitado e aparecido aos seus apóstolos por duas vezes.
Os apóstolos,
por duas vezes, já haviam sentido a alegria intensa de confirmar que as
palavras, promessas e profecias do Senhor Jesus haviam se realizado em toda a
sua dimensão.
Mas ainda não
sabiam muito bem o que deveriam fazer, já que o Senhor Jesus havia sido crucificado,
morto na cruz, e, no momento estava ausente, então, deveriam continuar com a
sua vida de pescadores e, por isso, certa noite, Pedro, João Tomé, Tiago,
Natanael, e mais dois discípulos de Jesus, que o Santo Evangelho não diz os
nomes, saíram para pescar.
Mas, naquela
noite, não pescaram nada, não pegaram nenhum peixe sequer.
Eles estavam
distribuídos em dois barcos, e depois de tentarem a noite toda e nada terem conseguido,
e com o dia amanhecendo, eles voltaram para a praia, cansados, sem peixes e
desiludidos.
Ao chegarem na praia
observaram que alguém os estava
observando de longe e, pelo visto, os estavam esperando.
Esse alguém
gritou para os que estavam nos barcos: “Moços,
vocês tem alguma coisa para comer? E eles responderam: “Não”.” Então,
aquela pessoa que estava na praia, tornou a dizer: “Lancem a rede à direita do barco que vocês irão pegar peixes.”
Os apóstolos
devem ter achado graça dessa ordem do desconhecido, e talvez, para que eles pudessem
se divertir mais às custas daquele desconhecido, lançaram a rede do lado
direito do barco, na certeza que não pegariam nenhum peixe, como acontecera a
noite toda..
E o Evangelho
de João, um dos que estavam ali, naquela ocasião, continua narrando assim esse
episódio: “Então eles lançara a rede. E
não conseguiram puxá-la para fora de tanto peixe que pegaram”.
A partir daí,
João, o discípulo que Jesus amava, reconheceu que quem estava na margem do lago,
reconheceu que aquele desconhecido que lhes estava falando, era Jesus, e,
imediatamente disse à Pedro: “É o Senhor.
Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, amarrou uma roupa na cintura, porque
estava nu, e se jogou na água. Os outros discípulos vieram no barco, que estava
a uns cem metros da margem, arrastando a rede com os peixes. Ao chegarem na
praia contaram os peixes da rede: eram
cento e cincoenta e três grandes peixes. Apesar de tantos peixes, a rede não se
arrebentou.” (Jo, 21,1ss).
Jesus, algum
tempo antes, enquanto pregava no mesmo lago já havia feito outra pescaria milagrosa
na frente de uma multidão de pessoas que o ouviam.
Agora repete
a pescaria milagrosa, mas, no amanhecer de um novo dia, e somente para alguns
de seus apóstolos e discípulos, entre eles, os seus apóstolos mais queridos.
Eles haviam
tentado pescar durante toda a noite, mas Jesus não estava com eles, e eles não
conseguiram pescar coisa alguma.
Eles
trabalharam a noite toda, fizeram todo o possível para, na escuridão da noite,
nas trevas da madrugada colher o fruto de seu trabalho, apanhar peixes que era
a única coisa que eles sabiam fazer para os seus sustentos e os sustentos de
suas famílias, mas Jesus não estava com eles e eles nada conseguiram. Quando o
dia começou a clarear, quando a luz começou a expulsar as trevas do grande
lago, no início da claridade de um novo dia, Jesus aparece e lhes dá uma ordem,
eles, ainda que descrentes, cumprem a ordem, e enchem a rede de um número muito
grande de grandes peixes, e, apesar da grande quantidade de peixes, a rede não
se rompeu.
Era Jesus
quem dizia, de outra maneira, aquilo que ele, Jesus, cansara de dizer aos seus apóstolos e discípulos enquanto
caminhava com eles pelas empoeirentas e ensolaradas estradas da Palestina: “Sem mim vocês nada poderão fazer.”
Não adianta
insistirmos em ficar nas trevas jogando as nossas redes, tentando de toda
maneira colher o fruto do nosso trabalho se não tivermos como nosso orientador
ou passageiro do nosso barco o próprio Senhor Jesus.
E quando o
Senhor Jesus chega e nos orienta, as trevas se dissipam, a luz ilumina a nossa
vida, a certeza do sucesso é patente e colhemos frutos abundantes.
E, apesar da
quantidade dos frutos, apesar do peso e do tamanho dos peixes, a nossa rede não
se arrebentará, porque o Senhor Jesus está ali para garantir o sucesso do nosso
trabalho. Os apóstolos pescaram a noite
toda, mas não desanimaram.
Às vezes nós
levamos a nossa cruz a vida inteira, e parece que tudo é em vão, parece que estamos
perdendo tempo, parece que todos se esqueceram de nós, parece até que o próprio
Senhor Jesus se esqueceu de nós, já não está mais conosco, mas quando estamos
desistindo de lutar, de trabalhar, de pescar, e já estamos nos aproximando da
praia para desistir de tudo, alguém estará lá, nos esperando, alguém que tem o
poder de dissipar as trevas e trazer um novo dia para a nossa vida.
Alguém que
tem o poder de encher as nossas redes vazias de esperança, de confiança, de
amor e de perseverança.
E como Pedro,
quando deparamos com esse alguém que não é outro senão Jesus, e reconhecermos
nesse alguém o próprio Senhor Jesus, nós nos sentiremos nus, porque, diante de
Deus nós estaremos sempre despidos de boas obras, de sua graça, mas, como
Pedro, nós nos vestiremos, nos atiraremos nas águas e nadaremos até onde está
aquele que tudo pode e tudo nos dá por amor. Se ainda estivermos no meio de
escuridão da noite dentro do nosso barco no meio do grande lago da vida e nos
parecer que estamos perdidos e que nada conseguiremos fazer, não podemos e nem
devemos nos desesperar: para cada noite existe uma nova manhã que nos
encontraremos Jesus na praia e, com ele, como fizeram os apóstolos, comeremos pão
e peixe que ele mesmo assou no fogo da esperança de dias melhores. (Diácono
Milton Restivo).
Vamos todos a
Jesus, mas conduzidos pelas mãos virginais e maternais de Maria...
São
comemorados também nesta data: Santo Hunger de Utrecht (bispo), Santos
Queremon, Isquirion e outros (mártires do Egito), São Floro e São Ciremão.
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