18 DE DEZEMBRO
NOSSA SENHORA DA
EXPECTAÇÃO DO Ò - NOSSA SENHORA DO Ó.
Nossa Senhora
do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do
X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a
festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro.
Sucedido no
cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa
festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da
Beatíssima Virgem Maria.
Pelo fato de,
nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou
suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó.
Em Portugal, o
culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (SANTA
MARIA, Frei Agostinho de. Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora
era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo.
Esta imagem
era conhecida à época de D. Afonso Henriques por Nossa Senhora de Almonda
(devido ao rio Almonda, que banha aquela povoação), à época de D. Sancho I por
Nossa Senhora da Alcáçova (c. 1187) ou, a partir de 1212, quando se lhe
edificou (ou reedificou) a igreja, por Nossa Senhora do Ó.
Esta imagem é
descrita pelo mesmo autor como: "É esta santa imagem de pedra mas de
singular perfeição. Tem de comprimento seis palmos. No avultado do ventre
sagrado se reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão esquerda sobre o peito
e a direita tem-na estendida. Está cingida com uma correia preta lavrada na
mesma pedra e na forma de que usam os filhos de meu padre Santo
Agostinho."
No Brasil o
culto iniciou-se à época desde o início da colonização, com o Capitão donatário
Duarte Coelho, na Capitania de Pernambuco. Tendo fundado a vila de Olinda,
nessa povoação erigiu-se uma Igreja sob a invocação de São João Batista,
administrada por militares, onde era venerada uma imagem de Nossa Senhora da
Expectação ou do Ó.
De acordo com
Frei Vicente Mariano, também se tratava de uma imagem pequena com cerca de dois
palmos de altura, entalhada em madeira e estofada, de autoria e origem
desconhecida. A tradição reputa esta imagem como milagrosa, tendo vertido
lágrimas em 28 de Julho de 1719.
A partir dessa
primitiva imagem em Olinda, a devoção se espalhou em terras brasileiras graças
a cópias na Ilha de Itamaracá, em Goiana, em Ipojuca e em São Paulo, nesta última
em casa da família de Amador Bueno e na do bandeirante Manuel Preto que fundou
a igreja e o bairro Frequesia do Ó..
Os
bandeirantes, por sua vez, levaram a devoção para Minas Gerais, onde, em
Sabará, se erige a magnífica Capela de Nossa Senhora do Ó, em estilo
indo-europeu.
Iconografia - A
imagem de Nossa Senhora do Ó sempre apresenta a mão esquerda espalmada sobre o
ventre avantajado, em fase final de gravidez. A mão direita pode também
aparecer em simetria à outra ou levantada. Encontram-se imagens com esta mão
segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a fonte da vida.
Em Portugal essas imagens costumavam ser de pedra e, no Brasil, de madeira ou
argila.
Devoção
– A Festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída na Igreja Católica, em 656,
durante o Concílio de Toledo, chamando-se Festa da Expectação do Parto Divino.
No início, a santa era homenageada no sétimo dia antes do Natal, ou seja, em 18
de dezembro. Em cada um dos dias se cantava uma das sete grandes antífonas que
começavam com “Ó”, como suspirando. Daí veio o nome ‘Nossa Senhora do Ó’.
Por diversas
razões a Festa de Nossa Senhora do Ó é realizada no mundo inteiro, por mais de
200 anos, no primeiro domingo de fevereiro. Em Ipojuca, essa tradição se deu
pela falta de sacerdotes na região em dezembro. Desde o século XIX, as
festividades acontecem do final de janeiro ao início de fevereiro.
São
comemorados também neste dia: São Basiliano, São Flamano, São Graciano, São
Venivaldo, Santos Rufo e Zózimi (mártires de Filipos), Santa Samthann de
Clonbroney (abadessa), Santos Teótimo e Basílio (mártires de Laodiceia), São
Charbel do Líbano, São Basiliano, São Famano.
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