14
DE DEZEMBRO
SÃO
VENÂNCIO FORTUNATO
Venâncio
Honório Clemente Fortunato: um nome grande, de uma grande figura da cristandade
de todos os tempos. Era italiano, nasceu numa família pagã, em Treviso, no ano
530. Estudou em Ravena, importante pólo cultural da época, onde se formou em
gramática e retórica e se converteu.
Porém Venâncio
sofria de uma doença crônica nos olhos e estava quase cego. Devoto extremado de
são Martinho de Tours, rezou muito para a cura por sua intercessão. Que ocorreu
depois de tocar os olhos com o óleo da lamparina que iluminava a capela
dedicada ao santo. Decidiu peregrinar, louvando o milagre que Deus lhe
concedera, e agradecer pela intercessão do santo junto ao seu túmulo, na Gália,
hoje França.
Dessa longa
peregrinação não mais retornou. No extenso percurso, exercitou um de seus dons,
o da poesia, talvez o melhor. Entre camponeses analfabetos e curiosos, através
dela conquistava todos os cristãos, e convertia os pagãos. As suas palavras e
versos sublimes se transformavam logo em música criando um ambiente cristão,
fraterno e alegre, sendo por isso muito bem acolhido por onde passava.
Ao chegar à
sepultura de são Martinho em Tours, declamou o belíssimo poema que lhe dedicara
pela graça obtida. Depois, seguiu para Poitiers, onde conheceu a futura santa
Rategunda, rainha da França.
O encontro mudou o rumo de sua vida. Por motivos
políticos, ela tivera de casar-se com o rei Clotário I, pagão, pouco letrado e
dado às conquistas violentas.
Mais tarde,
depois de tê-lo convertido, conseguiu sua autorização para seguir a vida
religiosa e fundar um convento. Muito grato e respeitoso, Clotário I fez ainda
mais, doou-lhe o castelo de Poitiers, que ela transformou no Convento de Santa
Cruz, do qual se tornou abadessa.
Foi o estilo
de vida monástico da abadessa que fez com que o poeta Venâncio Fortunato se
tornasse sacerdote. Rategunda, então, entregou a direção espiritual do convento
a ele, com autorização do bispo. Assim, numa Corte composta por nobres pouco
instruídos, ela tomou este brilhante poeta e literato como seu particular
secretário, confessor e conselheiro espiritual.
Venâncio
Fortunato atingiu, ali, o seu melhor momento literário, época de intensa
inspiração e produção. Escreveu diversas biografias de santos, entre eles
Martinho de Tours, Germano de Paris, Hilário de Poitiers e muitos outros.
Também a sua notória obra poética se perpetuou através da inclusão no breviário
da missa, sob a forma de hinos e cânticos, especialmente notados na Semana
Santa.
Em 600, foi eleito
e consagrado bispo de Poitiers, tornando-se uma figura muito proeminente na
história da Gália. Morreu em 14 de dezembro de 607, na sua diocese.
Logo passou a
ser cultuado pelo povo como santo. A obra que deixou nos leva a uma piedade
verdadeira e terna, como a sua, testemunho de humanidade e fé numa época
primitiva de barbáries. Por isso, na Catedral de Poitiers, na França, onde suas
relíquias são veneradas no dia de sua morte, foi-lhe dedicado um vitral que
reflete e enaltece a sua figura de humilde peregrino, laureado poeta, músico e
bispo, que foi, em vida, santificada e brilhante no seguimento de Cristo.
Também são
venerados neste dia: São Nimatullah Kassab Al-Hardini, São João da Cruz, Santo
Agnelo, São Druso, Satnos Zózimo e Teodoro (mártires de Antioquia), Santo
Experidião de Trimithonte (bispo), Santo Eutrópia e companheiros (mártires de
Reims).
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