06 DE DEZEMBRO
“VINDE, BENDITOS DE MEU PAI...” (Mt 25,34).
Ao se aproximar o momento de sua entrega total,
antes do Senhor Jesus, voluntariamente, se entregar à morte para a salvação do
gênero humano mergulhado no pecado, ele abre seu divino coração e revela a
todos os seus amigos os segredos nele contidos; e esses segredos são como um
testamento, uma aliança que Jesus Cristo deixa a todos aqueles que se
propuserem seguir suas pegadas: “Dou-vos
um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos
uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes
amor uns pelos outros.” (Jo 13,34-35). Os primeiros cristãos levaram tão a
sério esse preceito de Jesus que assim viviam nos primeiros tempos do
cristianismo: “Todos os que tinham
abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum: vendiam suas propriedades e
bens, e dividiam-nos entre todos, segundo as necessidades de cada um...
Louvavam a Deus e gozavam da simpatia do povo.” (At 2,44-45. 47). O Senhor Jesus fez do amor ao próximo o
sinal que servirá de julgamento no Juízo Final para distinguir os eleitos dos
condenados, e para antecipar como será o Juízo Final, um julgamento baseado no
amor que tivemos ao nosso próximo: “Quando
o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, então se
assentará no trono de sua glória. E serão reunidas em sua presença todas as
nações e ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas
dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então
dirá o rei aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai,
recebei por herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois
tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro
e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e
vieste ver-me’. Então os justos responderão: ‘Senhor, quando foi que te vimos
com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te
vimos doente ou preso e fomos te ver?’ Ao que lhes responderá o rei: ‘Em
verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses pequeninos, a mim o
fizestes.’ Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos.
Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber.
Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e
preso e não me visitastes.’ Então, também eles responderão: ‘Senhor, quando é
que te vimos com fome e com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te
servimos?’ E ele responderá com estas palavras: ‘Em verdade vos digo: todas as
vezes que o deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o
deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão
para a vida eterna.” (Mt 25,31-46). Através do mandamento do amor e dessa
narrativa do fim do mundo e juízo final, Jesus afirma que a nossa sorte eterna
será decidida pelo amor que tivemos a ele próprio na pessoa do nosso próximo. Quando comparecermos diante do Juiz
Eterno, no Juízo Final, ele não vai nos perguntar se jejuamos muito, se vivemos
na penitência, se passamos muitas horas em oração, mas vai nos perguntar e nos
julgar unicamente pelo amor que dispensamos ao próximo seguindo o seu grande
mandamento do amor. O amor é o distintivo, a marca pela qual serão reconhecidos
os discípulos de Jesus Cristo, e Paulo Apóstolo, conhecedor profundo das
verdades pregadas por Jesus Cristo, ensina: “Que
vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegados ao bem; com amor
fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro
como mais digno de estima.” (Rm 12, 9-10). “Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos
com os que se alegram, chorai com os que choram. Tende a mesma estima uns pelos
outros, sem pretensões de grandeza, mas sentindo-os solidários com os mais
humildes, não vos deis ares de sábios. A ninguém pagueis o mal com o mal; seja
a vossa preocupação fazer o que é bom para todos os homens, procurando, se
possível, viver em paz com todos, porquanto de vós depende.” (Rm 12,
14-18). João, o Apóstolo do Amor, chama de mentiroso aquele que diz que ama a
Deus mas despreza o seu irmão: “Se alguém
disser: “amo a Deus” mas odeia o seu irmão, é um mentiroso, pois, quem não ama
a seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar. E este é o
mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão.” (1Jo 4,20-21). “Aquele que diz que está na luz, mas
odeia o seu irmão, está nas trevas até agora. O que ama o seu irmão permanece
na luz, e nele não há ocasião de queda. Mas o que odeia o seu irmão está nas
trevas; caminha nas trevas, e não sabe onde vai, porque as trevas cegaram seus
olhos.” (1Jo 2,9-11). “Se alguém, possuindo os bens deste mundo,
ver o seu irmão na necessidade e lhe fecha o coração, como permanecerá nele o
amor de Deus? Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com
ações e em verdade.” (1Jo 3, 17-18).
Assim nos diz Jesus Cristo: “Este é o meu
mandamento: amai-vos uns aos outros como
eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus
amigos. Vós sois meus amigos se praticais o que vos mando.” (Jo 15,12-14).
A
vida eterna depende de como é colocado em prática o mandamento do amor; é o
amor que nos une e nos faz filhos de Deus e herdeiros da vida que não se acaba
mais.
São
comemorados também neste dia: São Nicolau de Mira e de Bari, Santo Abraão de
Cratia (bispo), São Apolinário de Trieste (mártir), Santa Asela de Roma
(virgem), Santa Bassa de Jerusalém (abadessa). São Pedro Pascácio, Santa
Leôncia.
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