“ESTE É O MEU MANDAMENTO...” (Jo
14,32).
O Senhor Nosso
Deus nos ama e quer que o amemos através dos nossos irmãos.
O Senhor Nosso
Deus nos perdoa com a condição de perdoarmos os nossos irmãos; a mesma medida
que ele usa para nos perdoar é a medida com que perdoamos a quem nos tem
ofendido. E foi Jesus quem nos deu a maior lição de como se deve perdoar.
Jesus
que, apenas e somente por amor não hesitou em dar a sua vida para a redenção
dos homens, no momento em que pressentiu
que tudo estava acabado e que sua vida chegava ao fim grita do alto da
cruz: “Está consumado!” (Jo 19,30), e
consciente que nada mais lhe restava fazer, quando nada mais tinha para dar aos
homens, depois de haver dado até a última gota de seu sangue, quando as
lágrimas já haviam se esgotado em seus olhos, quando a sua voz já não tinha
mais som, quando sua vida estava se apagando como uma chama tênue de vela e
irremediavelmente ele sentia o fim
chegar, teve forças, ainda, para levantar seus olhos aos céus e fazer
uma última súplica de amor ao Pai: “Pai,
perdoa-lhes: não sabem o que fazem.” (Lc 23,34), e, finalmente, dando um
grande grito, diz: “Pai, em tuas
mãos entrego o meu espírito.” (Lc
23,46).
Não é possível que, depois de uma lição dessa, o homem ainda não tenha
aprendido amar, perdoar.
Não é possível que, depois de tanto amor demonstrado
pelo Senhor Nosso Deus a todos nós, ainda precisamos ouvir aquela frase
ameaçadora de Jesus: Aquele, porém, que
me renegar diante dos homens, também eu o renegarei diante de meu Pai que está
nos céus.” (Mt 10,33).
Mas, para uma frase ameaçadora, Jesus, com todo o
seu amor, nos deixa uma frase acalentadora e cheia de esperança, que se resume
numa promessa: “Todo aquele, portanto,
que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele
diante de meu Pai que está nos Céus.” (Mt 10,32).
O Senhor Nosso Deus nos
amou e nos ama tanto que se permitiu chegar ao extremo que seu Filho Único
morresse em uma cruz para nos abrir as portas do céu que havia sido fechadas
pelo pecado e, em troca disso, só nos pede “amor”.
O Senhor se auto-proclama um
“Deus ciumento” (Dt 5,9), mas não é um Deus egoísta e, por
isso, ele nos pede que, depois de amá-lo com toda a nossa alma, com todas as
nossas forças, com todo o nosso entendimento, amemos também o nosso irmão, o
nosso próximo; amemo-nos uns aos outros e por isso ele nos deixa esses dois
mandamentos de suma importância: “Amarás
ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O Segundo é semelhante a
esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22,36-39), e nos dá um
mandamento novo para nos ensinar como devemos nos amar uns aos outros: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis
uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso
reconhecerão todos que sois meus
discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13,34-35), e, “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos
outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por
seus amigos. Vós sois meus amigos, se praticais
o que vos mando.” (Jo 15,12-14).
O Senhor nos ama; ama-nos tão
intensamente como somente um Deus sabe
amar: “Pois Deus amou tanto o mundo, que
entregou seu Filho Único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas
para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; quem não crê,
já está julgado, porque não creu no Nome do Filho Único de Deus.” (Jo 3,16-18).
Um Rei Divino que entrega seu Filho Único extremamente amado à morte para
salvar a vida dos escravos que o
ofenderam. Isso é amor! O Senhor Nosso Deus entrega seu Filho à morte “... para que todo o que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16), para que, todo o que nele crê
saia das trevas e do pecado: “O Filho de
Deus se tornou homem para que todos os homens se tornassem filhos de Deus.”
(Santo Agostinho). “Ninguém tem maior
amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.” (Jo 15,13). “Quem não poupou o seu próprio Filho e o
entregou por todos nós, como não nos haverá de agraciar em tudo junto com ele?”
(Rm 8,32). “Olhai as aves do céu: não
semeiam , nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E , no entanto, vosso Pai Celeste as
alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas?” (Mt 6,26). “Considerai como crescem os lírios do campo:
não trabalham nem fiam. Digo-vos, todavia, que nem Salomão, em toda a sua
glória, se vestiu como um deles. Se pois Deus veste assim uma erva do campo,
que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de
pouca fé!” (Mt 6,28-30).
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