FALSA DEVOÇÃO À
VIRGEM MARIA
APRESENTAÇÃO
DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO
Para
aprendermos mais e melhor sobre a vida e o amor de Maria, há a necessidade de
lermos, com muita frequência, os Santos Evangelhos e ouvirmos os conselhos dos
grandes santos que em suas vidas não fizeram outra coisa senão amar e honrar a
Mãe de Deus e nossa Mãe.
E um desses grandes santos é São Luiz Maria Grignon de
Montfort, que, no seu livro denominado Tratado da verdadeira
Devoção À Santíssima Virgem, do qual pegamos trechos das
páginas de 98 a
101, chama-nos a atenção sobre as falsas devoções direcionadas a
Nossa Senhora, que sempre esteve em voga na vida da nossa Igreja e, principalmente
nos nossos dias.
E, nesse livro, nos diz São Luiz Maria Grignon de Montfort,
grande devoto de Maria: “Existem devotos de Maria que
são presunçosos, e são pecadores entregues às suas paixões, ou amantes do
mundo, que sob o belo nome de cristãos e de devotos de Nossa Senhora escondem
ou o orgulho, ou a ira, ou a avareza, ou a impureza, ou a embriagues, ou o
costume de praguejar, ou a maledicência, ou a injustiça – cristãos
que se dizem devotos de Maria – que dormem em paz no meio de
seus maus hábitos, sem fazerem grande violência para corrigir-se, sob o
pretexto de que são devotos da Santíssima Virgem Maria – cristãos devotos
de Maria – que se embalam com a esperança de que Deus
os perdoará – que não morrerão sem confissão, e não serão condenados porque
rezam o terço, jejuam com frequência, porque pertencem à Congregação Mariana, à
Confraria do Rosário ou do Escapulário, ou de outras de suas Congregações –
porque trazem o pequeno hábito ou a pequena cadeia da Santíssima Virgem. Quando
se diz - a esses cristãos
que essa devoção à Maria - é uma ilusão do demônio, é
uma presunção perniciosa, capaz de perdê-los, eles não acreditam – dizem que
Deus é bom e misericordioso – que Deus não nos criou para condenar-nos – que
não há homem que não peque – que não morrerão sem confissão – que basta rezar um “eu pecador me confesso...” na hora da morte – que são devotos da
Santíssima Virgem, que trazem o escapulário, que rezam todos os dias sem falta
Pai Nossos e Ave Marias – que até rezam, às vezes, o terço e o Ofício de Nossa
Senhora, que jejuam, etc... Nada é tão pernicioso no cristianismo como essa
presunção diabólica, porque, como se pode dizer com verdade que se ama e honra
a Santíssima Virgem, quando, com seus pecados, se dilacera, crucifica e ultraja
impiedosamente a Jesus Cristo, seu Filho?
Se Maria Santíssima tivesse
determinado salvar por sua misericórdia essa espécie de criaturas, autorizaria
o crime, ajudaria a crucificar, a ultrajar seu Divino Filho. Quem ousaria
pensar nisso? Abusar assim da Devoção
à Santíssima Virgem, que depois da devoção a Nosso Senhor no Santíssimo
Sacramento é a mais santa, a mais sólida, é cometer um horrível sacrilégio, o
maior e o menos perdoável depois da comunhão indigna. Para ser verdadeiramente devoto a Nossa Senhora não é
necessário ser-se tão santo que se evite todo o pecado, se bem que esse seria o
ideal, mas é preciso, pelo menos - primeiro – ter uma resolução sincera de evitar pelo
menos todo pecado mortal, que ultraja tanto a Mãe como o Filho - segundo – fazer-se violência
para evitar o pecado e,
terceiro – fazer parte de uma Congregação Mariana ou
outra confraria que honre a Maria, rezar o terço, o rosário ou outras orações. Tudo
isso é maravilhosamente útil à conversão de um pecador mesmo endurecido
– e se é esse o nosso caso, mesmo que estejamos com um pé no abismo, é
aconselhável que se faça, mas com a condição que pratiquemos essas boas obras
com a intenção unicamente de obter de Deus, por intercessão da Virgem
Santíssima, a graça da contrição e do perdão dos nossos pecados e a força de
vencer nossos maus hábitos – e não para conservarmo-nos tranquilamente em
estado de pecado, apesar dos remorsos de consciência, do exemplo de Jesus
Cristo e dos santos e das mensagens do Evangelho.” (do livro “Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima
Virgem”, de São Luiz Maria Grignon de Montfort, pg. de
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